O mercado brasileiro de M&A (fusões e aquisições) é caracterizado por consolidação setorial, que por sua vez, vive um momento brilhante. Historicamente, não vimos um registro tão elevado tanto para o número de transações quanto para o volume financeiro negociado. Tivemos com o advento da pandemia em Março/2020, o início do movimento de alta, onde, empresários dos mais diversos setores, tanto por oportunidade de crescimento quanto por stress, entenderam o momento como propício para testar mercado e olhar para novos horizontes.
Ainda em 2020, com a queda abrupta da Bolsa de Valores, empresas consolidadoras, também chamadas de ¨Investidores Estratégicos¨, sendo a maior parte listadas na Bolsa, entenderam que não iriam conseguir mostrar resultado para seus acionistas em detrimento da anormalidade de mercado, então, adotaram como possível solução, o investimento acelerado e contínuo em Aquisições, visando melhorar a performance. Bem, outros fatores também contribuíram para que o momento fosse se estendendo de forma crescente a impulsionar e fortalecer o mercado de M&A. A curva negativa de juros nos países do G20, o nível de liquidez no mercado, a alta cambial no Brasil, tornando o país barato para Investidores Internacionais, as poucas boas opções de investimento no mercado financeiro brasileiro, dentre outros fatores setoriais, contribuíram para a construção do cenário.
Tivemos em 2021 um volume financeiro extraordinário advindo das movimentações de IPO, no mundo, US$300 Bi, dos quais uma parte relevante voltou e continua voltando ao mercado através das Aquisições. Além das teses seculares, Saúde, Educação, Tecnologia e Agro, alguns outros setores apresentaram um crescimento voluptuoso com a pandemia, como: Logística para eCommerce, Varejo Supermercadista, Tecnologia para Logística e Tecnologia disruptiva, que impulsionaram o mercado a romper índices históricos.
Olhando para 2022, fica a sensação de que teremos cenários distintos para cada um dos semestres. No primeiro, ainda acredito no bom desempenho das operações, mesmo o Brasil já apresentando alta na taxa Selic, o que proporciona aos investidores novos parâmetros de comparação e avaliação. Para o segundo semestre, além de novas altas da Selic, haverá a expectativa para as eleições, que conforme o resultado poderá dar um traçado político e econômico para outros rumos.
Entendo que haverá sim boas transações, porém, num crivo muito mais exigente. Negócios em mercados crescentes, melhores níveis de Ebitda e Bottom Line, empresas organizadas e saneadas serão apreciadas! Contudo, boas oportunidades sempre existem, basta estar no mercado e atento!
Vamos adiante!
Rogério Tridapalli